Todos que trabalham com sustentabilidade conhecem a agenda ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da ONU com seus 17 objetivos e 169 metas para serem atingidos até 2030 com o propósito de assegurar um futuro sustentável. Uma agenda com 5 Ps (Pessoas, Planeta, Paz, Prosperidade, Parcerias) que começou a vigorar no final de 2015 substituindo e aprimorando os ODMs (Objetivos do Milênio) da ONU.

O objetivo número 1 dos ODSs é a erradicação da pobreza, em todas as suas formas e em todos os lugares.  Até então nenhuma novidade. O interessante foi fazer a conexão deste objetivo com autores de management para entender a sua viabilidade. Em outras palavras, será possível erradicar a pobreza no mundo? Na visão de Prahalad (um famoso autor indiano no mundo dos negócios), sim é possível. E mais do que isto, é necessário para a prosperidade econômica mundial. 

Prahalad pensou esta questão com uma clareza ofuscante defendendo uma solução pragmática para tal. No seu livro “A Riqueza na Base da Pirâmide – Como Erradicar a Pobreza com o Lucro”, lançado no Brasil em 2005 ele defende a inclusão de 4 bilhões de pessoas de baixa renda no mercado de consumo como forma de garantir uma etapa de prosperidade econômica mundial. Para ele, as estratégias corporativas deveriam ser arquitetadas a partir de oportunidades, e o mercado inclusivo era uma oportunidade de crescer, ganhar dinheiro e melhorar a vida das pessoas. Ou seja, acabar com a pobreza ganhando (e não perdendo) dinheiro.  Ele tinha um olhar para o futuro baseado no desenvolvimento amplo, geral e irrestrito – e não apenas em teoriascentradas em custo. Ele pensava grande, e era muito respeitado por sua habilidade de entender e decifrar movimentos que mudaram destinos e rotas no mundo dos negócios.

Coimbatore Krishnarao Prahalad, deu sua contribuição para a erradicação da pobreza há mais de 1 década atrás. A Agenda da ONU na época tinha apenas 8 objetivos, os chamados ODMs.  

No final da sua vida (ele morreu em 2010), Prahalad escreveu em parceria com colegas artigos sobre sustentabilidade e defendeu a inovação com a mesma paixão. Disse que “empresas inteligentes tratam a sustentabilidade como uma nova fronteira de inovação”. Mais uma vez, perfeito na sua conclusão. Uma empresa não tem que ser boazinha, tem que ser inteligente. E sustentabilidade é inteligência, porém, com ética.

Pensar o futuro como de fato ele é – Uma oportunidade

Em um de seus livros “Competindo pelo Futuro” (1994) , ele afirma que “nos negócios, como na arte, o que distingue os líderes dos retardatários é a capacidade de imaginar com originalidade o que é possível”. Para ele, empresa é bem mais do que um conjunto de silos, mas ambientes dinâmicos de práticas e tecnologias, com profundo conhecimento sobre suas potencialidades. Neste momento, fecha o entendimento de que tratar sustentabilidade como uma nova fronteira de inovação é inteligente porque aumenta a competitividade da organização.

Ele era claro nas suas falas e persuasivo em suas conclusões fundamentadas pela racionalidade do seu pensamento pragmático. Era também um otimista ao articular e revisitar conceitos atuais e antigos, que nem sempre estavam bem conectados. E que ele explorava de forma magistral.

Para Prahalad, o futuro será construído pela dupla: imaginação e ação. Propôs pensar o futuro da forma como de fato ele é. Uma oportunidade. Um destino que precisa de trilha, mochila e atalhos para lá chegar, e bem.

Entendo que sustentabilidade dentro do seu pensamento, representa a mochila (com tudo o que se precisa) para se chegar em segurança ao nosso destino – o futuro.

Prahalad sugeriu desapegar das velhas práticas, aquelas que deram certo em contextos que já não existem mais, pois não serão úteis na trilha que nos leva ao futuro (os contextos são outros). Recomendou dedicação para pensar nas práticas (no seu aprimoramento contínuo, nas atuais e nas próximas práticas), pois elas são o nosso único e verdadeiro ingresso para o futuro. E já que assim é, precisamos que elas (as práticas) sejam boas e tenham excelência. 

Benchmarking Brasil – Um programa de valorização das boas práticas de sustentabilidade, e de quem trabalha com elas 

O Programa Benchmarking realizou sua 1ª edição em 2003 e pela seriedade e formato inovador tornou-se um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade do País. Hoje com 1 modalidade âncora e 5 modalidades paralelas é o mais legítimo dos movimentos de sustentabilidade pela pluralidade de vozes que congrega. Empresas, Universidades, Escolas Técnicas Profissionalizantes, Órgãos e entidades representativas e governamentais, Artistas, Personalidades, e mídia especializada fazem parte da iniciativa que está em sua 15a edição. 

A metodologia de seleção e certificação do Programa Benchmarking tem o reconhecimento da ABNT. Em 2013, Benchmarking Brasil foi o grande vencedor (1° colocado) na categoria Humanidades do Prêmio von Martius de Sustentabilidade da Câmara Brasil Alemanha. É considerado a fotografia da gestão socioambiental brasileira registrando seu nível de maturidade e evolução em sustentabilidade. 

O Programa Benchmarking já certificou 356 práticas de 186 instituições de 26 diferentes ramos de atividades. Com aproximadamente 200 especialistas de 21 diferentes países participando da comissão técnica, o programa se tornou uma plataforma de inteligência coletiva em sustentabilidade trabalhando com diferentes públicos para fortalecer o movimento das boas práticas junto a sociedade brasileira. 

Todo este conhecimento aplicado produzido pelos especialistas atuantes em sustentabilidade são compartilhados em publicações especializadas e eventos técnicos. Além do Banco Digital de boas práticas disponível na internet com grande visitação, mais de 60 encontros técnicos já foram realizados. 03 livros publicados (BenchMais 1, 2 e 3) e 12 edições veiculadas da Revista Benchmarking (versões eletrônica e impressa) distribuídas gratuitamente para público atuante e interessado nesta temática. 

A XIV edição do Programa Benchmarking Brasil contou com importantes apoios. São eles: Apoio Institucional: TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e do IAPMEI – Parcerias para o crescimento do ministério de economia do governo de Portugal. Apoio Divulgação: Envolverde, Pensamento Verde, Acionista, RSOPT (Rede de Responsabilidade Social das Organizações de Portugal), e Revista Meio Ambiente Industrial. Apoio Acadêmico: Escolas Profissionalizantes Centro Paula Souza, IFSP e Senai SP, e, Universidades Anhembi Morumbi, Uninove e Mackenzie. O XIV Bench Day, se realizou nos dias 29 e 30 de junho de 2016 no Hall Nobre e auditório do Tribunal Regional Federal da 3a Região – Av. Paulista, 1842 – 25o andar, em São Paulo/SP.

 Inscrições de cases para a XV Edição: 24 de janeiro a 31 de março de 2017.

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