Quando se trata de posicionamento sobre determinada situação é recomendável ampliar o raio de visão e lançar mão da lupa para os detalhes. Aparentemente contraditório, mas a melhor conclusão virá da combinação da análise do macro com o micro (cenário) em questão.
Não podemos em nome do imediatismo desprezar detalhes e continuar no piloto automático seguindo o fluxo. Tão ou mais importante que a velocidade, é a direção. Na vida, assim como nos negócios, o imediatismo nunca foi um bom conselheiro.
Em sustentabilidade então, o imediatismo é inimigo mortal. Tudo o que se faz é para daqui alguns anos, para as próximas gerações. A natureza não dá salto, e a humanidade não avança na velocidade desejada. Em alguns casos, nem na velocidade necessária.
Por isto, quando vejo grandes organizações acusadas de atos ilícitos, comprometedores, que geraram riscos e/ou danos ao meio ambiente e as pessoas, amplio minha visão panorâmica. Tento separar o joio do trigo. Penso especialmente nos seus colaboradores, em especial, no corpo técnico da organização. Profissionais que estudaram, se especializaram, e que se consomem no dia a dia da instituição (quer seja ela do primeiro, segundo ou terceiro setor) desenvolvendo tecnologias e dando o seu melhor. Mas, existem hierarquias e limitações de poder e até de conhecimento de fatos que acabam por colocar tudo a perder.
A realidade é dura. Quando algum fato trágico acontece, a instituição como um todo, é objeto de desprezo e revolta da sociedade. E claro, quando provado a responsabilidade em qualquer ato que prejudicou pessoas ou o meio ambiente, deve ser punida exemplarmente.
Mas voltando a lupa e aos detalhes, devemos separar o joio do trigo. Poupar os colaboradores que nada sabiam e agiam dentro da conformidade da sua função, dando o seu melhor. Imagino a decepção dos profissionais apaixonados pelas suas profissões, em especial, os que trabalham em áreas de suporte a condição social ou ambiental, o quanto sofrem. Imagino o sofrimento de um engenheiro ambiental quando um acidente ocorre. A angustia de um profissional de responsabilidade social, quando se descobre situações de trabalho análogo a escravidão. A frustação de um trainee comprometido com um futuro sustentável numa organização que decepciona toda uma sociedade. De uma ONG que recebeu ajuda financeira deste tipo de organização. De um jornalista que fez uma matéria sobre o futuro promissor do empreendimento. De uma personalidade publica que aliou sua imagem ao produto de empresas acusadas de crimes desta natureza. Decepção geral.
Não me espanta ver que estas empresas possam até ter ilhas de excelência em determinadas áreas, fruto do trabalho de seus colaboradores, e que não deve ser desqualificado e muito menos desprezado. O que é bom deve ser reconhecido e preservado com a mesma energia que dedicamos ao combate e extinção do que é mal e danoso. O bom se premia, o mal se pune. O bom deve ser incentivado, e o mal extirpado do modus operandi de qualquer organização. Colaboradores de instituições que passam por este processo são vitimas duas vezes, como cidadãos e como profissionais. Separar o joio do trigo é necessário. O “joio” não está no negócio em sí (e nem na grande parte dos colaboradores) e sim na forma como foi conduzido por quem detinha o poder para tal em determinada situação. O negócio certamente opera dentro de um ramo de atividade que é licito e tem sua utilidade no contexto econômico. O “joio” são pessoas que não cumpriram dignamente suas funções dentro do negócio, independente do seu nível hierárquico. Todos os demais dentro deste negócio, certamente são “trigo”, e merecem nosso respeito. E mais do que isto, merecem nossos sentimentos pelo constrangimentos e frustrações que devem sentir em situações desta natureza. Consumidor, colaborador, legislador, empreendedor, chefes e subordinados – todos tem uma função a cumprir, nas organizações e na vida. E devemos lembrar disto sempre, em especial, na hora de nossas escolhas e práticas.
Benchmarking Brasil – Um programa de valorização das boas práticas
O Programa Benchmarking realizou sua 1ª edição em 2003 e pela seriedade e formato inovador tornou-se um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade do País. Hoje com 1 modalidade âncora e 5 modalidades paralelas é o mais legítimo dos movimentos de sustentabilidade pela pluralidade de vozes que congrega. Empresas, Universidades, Escolas Técnicas Profissionalizantes, Órgãos e entidades representativas e governamentais, Artistas, Personalidades, e mídia especializada fazem parte da iniciativa que está em sua 15a edição.
A metodologia de seleção e certificação do Programa Benchmarking tem o reconhecimento da ABNT. Em 2013, Benchmarking Brasil foi o grande vencedor (1° colocado) na categoria Humanidades do Prêmio von Martius de Sustentabilidade da Câmara Brasil Alemanha. É considerado a fotografia da gestão socioambiental brasileira registrando seu nível de maturidade e evolução em sustentabilidade.
O Programa Benchmarking já certificou 356 práticas de 186 instituições de 26 diferentes ramos de atividades. Com aproximadamente 200 especialistas de 21 diferentes países participando da comissão técnica, o programa se tornou uma plataforma de inteligência coletiva em sustentabilidade trabalhando com diferentes públicos para fortalecer o movimento das boas práticas junto a sociedade brasileira. Todo este conhecimento aplicado produzido pelos especialistas atuantes em sustentabilidade são compartilhados em publicações especializadas e eventos técnicos. Além do Banco Digital de boas práticas disponível na internet com grande visitação, mais de 60 encontros técnicos já foram realizados. 03 livros publicados (BenchMais 1, 2 e 3) e 12 edições veiculadas da Revista Benchmarking (versões eletrônica e impressa) distribuídas gratuitamente para público atuante e interessado nesta temática.
A XIV edição do Programa Benchmarking Brasil contou com importantes apoios. São eles: Apoio Institucional: TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e do IAPMEI – Parcerias para o crescimento do ministério de economia do governo de Portugal. Apoio Divulgação: Envolverde, Pensamento Verde, Acionista, RSOPT (Rede de Responsabilidade Social das Organizações de Portugal), e Revista Meio Ambiente Industrial. Apoio Acadêmico: Escolas Profissionalizantes Centro Paula Souza, IFSP e Senai SP, e, Universidades Anhembi Morumbi, Uninove e Mackenzie. O XIV Bench Day, se realizou nos dias 29 e 30 de junho de 2016 no Hall Nobre e auditório do Tribunal Regional Federal da 3a Região – Av. Paulista, 1842 – 25o andar, em São Paulo/SP. Inscrições de cases para a XV Edição: 24 de janeiro a 31 de março de 2017. Mais informações no site benchmarkingbrasil.com.br
Inscrições de cases para a XV Edição: 24 de janeiro a 31 de março de 2017.
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