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Que vivemos em uma época que as transformações ganham cada vez mais velocidade, é fato. E que a tecnologia é uma das grandes forças deste processo, também não é nenhuma novidade. Mas tão ou mais importante que a velocidade, é a direção.

Chamo atenção para o direcionamento e potencialidades das tecnologias consideradas disruptivas, capazes de acelerar ainda mais este processo de transformação em direções surpreendentes.  

Primeiro precisamos entender porque as tecnologias disruptivas são disruptivas, ou seja, porque causam uma ruptura, um rompimento no modelo padrão de algo já estabelecido e usual.

Simplesmente porque são muito melhores que seus concorrentes na relação custo X benefício. Simplificam, encurtam distâncias, conferem mais agilidade e produtividade, e quase sempre, a menor custo. Na maioria das vezes, oferecem soluções para múltiplos problemas.  Mas vamos exemplificar um pouco mais esta conversa e fazer algumas reflexões.

UBER e Whatsapp já transformaram a vida de muitos pelas facilidades e benefícios que trouxeram.  Mas existem outras inovações ganhando corpo no mercado. São tecnologias ainda de uso restrito, mas com grande potencial disruptivo na medida em que ganharem volume e escala.  A seguir algumas tecnologias com potencial transformador:   

Crowdfunding: um movimento que dispensa o uso de instituições financeiras para captação de recursos. Imagine o impacto desta prática (com ajustes necessários) em grande escala, já que o capital é imprescindível para girar economias.

Bit Coin: A moeda criptografada que permite reproduzir em pagamentos eletrônicos a eficiência do pagamento com cédulas físicas, ou seja, sem intermediários e a baixo custo (eliminando custos dos boletos, cartão, taxas, etc). Qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta, sem limite mínimo ou máximo de valor, podendo usar este recurso. Um grande impacto na economia e um grande concorrente para os bancos e cartões.

Blockchain: Uma tecnologia que garante a veracidade e autenticidade das informações por parte de todos integrantes da rede. Uma espécie de lista, atualizada em tempo real.  Um conceito simples, mas suficientemente poderoso que serviu de base para a construção da moeda criptografada Bit Coin, e com potencial para muitas outras transformações. Já que a autenticidade e a veracidade são seus benefícios principais, imagine esta tecnologia sendo usada nas atividades comum de um cartório para reconhecer oficialmente documentos e acordos.   E se a mesma tecnologia fosse usada para que o cidadão pudesse submeter projetos de lei, e os demais cidadãos pudessem avaliar. E, se maioria significativa aprova, entra em vigor. Uma tecnologia transformadora pelo potencial de seus benefícios em muitas atividades.

Liquefação Hidrotérmica: Agora uma tecnologia da indústria (as tecnologias anteriores estavam ligadas aos serviços). A liquefação hidrotérmica apresenta uma alta eficiência de conversão de carbono. E como, os lodos das águas residuais (esgoto) concentram muito carbono, o uso desta tecnologia, além de produzir combustível, reduz custos com tratamento, transporte e descarte de resíduos de esgoto.  Uma tecnologia, 2 soluções importantes e urgentes.

Se o século passado foi das inovações incrementais, este século poderá ser das inovações transformacionais. A começar pelos startups que são celeiros de ideias transformadoras. Como ambientalista e profissional que trabalha pelo desenvolvimento sustentável, fico perguntando como as inovações disruptivas podem contribuir com a sustentabilidade e vice-versa.

As novas tecnologias não resolvem todos os problemas da sustentabilidade, mas podem ajudar.  

Refletir sobre suas potencialidades é necessário. Mas, reconhecer que as transformações não se restringem ao surgimento das novas tecnologias (estas sempre evoluem, desde os primórdios), e que o uso que fazemos delas que conta, é mais do que necessário. É primordial.  

Os exemplos aqui citados dão uma noção das potencialidades das inovações que surgiram, mas outros fatores estão implícitos para que sejam transformadoras na direção certa.  

Tornar estas tecnologias acessíveis, ganhar volume, direcioná-las para transformações sustentáveis dependem muito mais do fator humano, do que tecnológico. Se o nosso futuro comum, será resultado das nossas práticas presentes, é importante norteá-las pelos princípios e diretrizes da sustentabilidade.  Serão elas (as boas práticas) que darão o suporte necessário para que as inovações sejam transformadoras e na direção correta. O fator humano munido de suas boas práticas será essencial para que as inovações disruptivas sejam também sustentáveis.

louro_verde_abertoBenchmarking Brasil – Um programa de valorização das boas práticas de sustentabilidade, e de quem trabalha com elas 

O Programa realizou sua 1ª edição em 2003 e pela seriedade e formato inovador tornou-se um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade do País. Hoje com 1 modalidade âncora e 5 modalidades paralelas é o mais legítimo dos movimentos de sustentabilidade pela pluralidade de vozes que congrega: Empresas, Universidades, Escolas Técnicas Profissionalizantes, Órgãos e entidades representativas e governamentais, Artistas, Personalidades, e mídia especializada fazem parte da iniciativa que está em sua 15a edição. 

A metodologia de seleção e certificação do Programa Benchmarking tem o reconhecimento da ABNT. Em 2013, Benchmarking Brasil foi o grande vencedor (1° colocado) na categoria Humanidades do Prêmio von Martius de Sustentabilidade da Câmara Brasil Alemanha. É considerado a fotografia da gestão socioambiental brasileira registrando seu nível de maturidade e evolução em sustentabilidade. 

O Programa Benchmarking já certificou 356 práticas de 186 instituições de 26 diferentes ramos de atividades. Com aproximadamente 200 especialistas de 21 diferentes países participando da comissão técnica, o programa se tornou uma plataforma de inteligência coletiva em sustentabilidade. Hoje, a iniciativa conta com 1 modalidade âncora (Benchmarking Senior) destinado ao público corporativo e 5 modalidades paralelas (Benchmarking Junior, Benchmarking Indicadores, Benchmarking Artes, Benchmarking Pessoas, e Hackathon MAIS) destinado ao público jovem, artistas e personalidades ativistas. Além das organizações, o Programa trabalha com outros públicos para fortalecer o movimento das boas práticas junto a sociedade brasileira. 

Todo este conhecimento aplicado produzido pelos especialistas atuantes em sustentabilidade são compartilhados em publicações especializadas e eventos técnicos. Além do Banco Digital de práticas disponível na internet, são 03 livros publicados (BenchMais 1, 2 e 3) e mais de 60 encontros técnicos realizados, além de 12 edições da Revista Benchmarking (versões eletrônica e impressa) que são distribuídas gratuitamente para público interessado nesta temática. Em 14 edições já realizadas construiu e detém o maior banco de boas práticas socioambientais certificadas e com livre acesso do país. É considerado a fotografia da gestão socioambiental brasileira registrando seu nível de maturidade e evolução em sustentabilidade.

A XIV edição do Programa Benchmarking Brasil contou com apoios importantes, tais como: Apoio Institucional: TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e do IAPMEI – Parcerias para o crescimento do ministério de economia do governo de Portugal. Apoio de Divulgação: diversos portais e revistas especializadas em sustentabilidade tais como: Envolverde, Pensamento Verde, Acionista, RSOPT (Rede de Responsabilidade Social das Organizações de Portugal), e Revista Meio Ambiente Industrial. Apoio Acadêmico: Escolas Profissionalizantes Centro Paula Souza, IFSP e Senai SP, e as Universidades Anhembi Morumbi, Uninove e Mackenzie, parceiros nas modalidades Benchmarking Junior e Hackathon MAIS. O XIV Bench Day, ocasião em que foi apresentado o Ranking Benchmarking dos legítimos da sustentabilidade 2016 se realizou nos dias 29 e 30 de junho no Hall Nobre e auditório do Tribunal Regional Federal da 3a Região – Av. Paulista, 1842 – 25o andar, em São Paulo/SP.

 Inscrições de cases para a XV Edição ocorrerá de janeiro a março de 2017.

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